sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nordeste é celeiro de oportunidades de inovação

Matéria publicada em http://www.revistafator.com.br/ 

Nordeste é um celeiro de oportunidades de inovação. Cadeias produtivas regionais apresentam muito potencial de expansão. BNB e Embrapa apontam as possibilidades para o desenvolvimento durante a XI Conferência ANPEI de Inovação Tecnológica realizada entre 20 e 22 de junho (segunda a quarta-feira), em Fortaleza (CE).

Fortaleza – As cadeias produtivas do Nordeste oferecem muitas possibilidades de inovação. “O semiárido deve ser visto como uma oportunidade de negócios”, aponta o assessor especial do Escritório Tecnológico do Nordeste (Etene/BNB), Laércio de Matos Ferreira, com a palestra “Cenários Futuros e Oportunidades de Negócios no Nordeste”, apresentada durante a XI Conferência ANPEI de Inovação Tecnológica. O evento reuniu 1,5 mil participantes em Fortaleza (CE), entre os dias 20 e 22 de junho (segunda a quarta-feira), para discutir o panorama atual e as perspectivas da inovação no setor produtivo nacional.

Para Laércio Ferreira, o dinamismo econômico do Nordeste não está apenas na sua região litorânea. “A maior parte do território está no rico semiárido. O que a gente vê na indústria são culturas que começaram na região. Mas é preciso agregação de valor”, reforçou. Para o especialista, é necessário aportar recursos na região. “Mas não é fácil investir e financiar o semiárido”, acrescentou.

Noutro flanco, as políticas e estratégias devem priorizar aspectos importantes como a integração logística e eventos importantes como a Copa de 2014, a implantação das ZPEs - estão previstas nove Zonas de Processamento de Exportação, uma para cada estado do Nordeste – e ações de inovação nos segmentos de informática e telecomunicações.

O crescimento da região, acima da média nacional, também qualifica o Nordeste como um celeiro de boas oportunidades de negócios e aplicação de inovação. Para o assessor do Etene, órgão de estudos vinculado ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a economia nordestina não só está trazendo de volta quem foi buscar trabalho no Sudeste, como está atraindo pessoas de outros estados com a pujança de seus mercados. “O que define a capacidade de financiamento deste crescimento é a sua capacidade de inovação”, arrematou Laércio Ferreira.

Embrapa- As várias cadeias produtivas já implantadas no Nordeste são uma excelente oportunidade para novos negócios que optem pela inovação. Esse foi o ponto defendido pelo chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Vitor Hugo de Oliveira, em palestra realizada na XI Conferência ANPEI de Inovação Tecnológica. “A agregação de valor é o processo que diferencia os produtos e serviços antes seus concorrentes”, define Oliveira.

Neste contexto, o beneficiamento aparece com destaque. As frutas frescas são o exemplo citado pelo chefe da Embrapa para mostrar como o processamento agrega valor. “As frutas frescas movimentam US$ 8,6 bilhões, no País. Depois de industrializadas, esse valor sobe para US$ 23 bilhões”, informou. Dados da Embrapa apresentados dão conta de que 81% dos recursos vão para o processamento; 9% são insumos; e 10% vêm da agricultura. “O Nordeste exporta frutas para 74 países e o maior comprador é a Europa, com cerca de 70% do volume total”, finalizou.

O que é a ANPEI? Com 27 anos de atuação, a ANPEI participa e estimula a construção de um ecossistema favorável à adoção da inovação como forma de modernização e fortalecimento de indústrias de todos os portes e setores, cujo faturamento em 2009 foi de R$ 600 bilhões. Cerca 2% do faturamento anual dessas empresas foi destinado à inovação, o que, de acordo com o MTC (Ministério da Ciência e Tecnologia), representa dois terços dos investimentos somente naquele ano, as quais reúnem em seus quadros mais de 20 mil pesquisadores empregados na indústria.

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