terça-feira, 26 de julho de 2011

E o consumo do crédito pelos brasileiros?

Por Odelmo Diogo - Blog TRADE-OFF

O crescimento do crédito no Brasil nos últimos 10 anos foi significativo. O volume de crédito na economia brasileira avançou de aproximadamente 25% do PIB em 2001 para cerca de 47% em maio de 2011.

O aumento do crédito torna mais urgente a absorção de noções de organização e planejamento financeiro por parte dos brasileiros. Para “tocar” suas vidas, as pessoas precisam tomar decisões que, na maior parte das vezes, estão relacionadas ao planejamento financeiro voltado para o atingimento de objetivos pessoais e para a realização de sonhos.

Numa economia desenvolvida e com significativa disponibilidade de crédito, as pessoas tendem naturalmente a recorrer ao empréstimo, utilizando-o como ferramenta importante no seu cotidiano, principalmente na aquisição de bens duráveis e na realização de seus planos pessoais mais complexos.

As novas “necessidades” e o forte apelo ao consumo estimulam as pessoas a buscarem a antecipação do consumo, ou seja, a satisfação de desejos através da figura do “crédito fácil”. São diversas as situações que levam os indivíduos a contratarem operações de crédito. Dentre as mais comuns podemos citar a aquisição de veículos, a compra da casa própria, as novidades tecnológicas, as viagens, etc.

No entanto, o crédito não pode ser visto como um vilão. Ele representa um importante mecanismo estimulador da economia e é fruto da canalização de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários. Cabe lembrar que a finalidade mais nobre do crédito é financiar o investimento numa economia, ou seja, é tornar possível a implantação e expansão das unidades produtivas gerando assim uma capacidade de oferta compatível com a demanda.

O financiamento ao consumo deve ser visto como uma ferramenta limitada e que não pode implicar em excessos em decorrência do risco de comprometer a renda disponível e capacidade de consumo futuro da sociedade.

No caso brasileiro, onde o crescimento do crédito com foco no consumo cresceu significativamente na última década, é importante que haja preocupação com a educação financeira das pessoas. O consumo consciente de crédito contribui para uma melhor qualidade de vida dos indivíduos e para o melhor funcionamento do sistema financeiro. Destaca-se inclusive que o “crédito saudável” implica em menores índices de inadimplência que, por sua vez, influencia na formação de menores taxas de juros.

Assim, de olho nas próximas gerações, seria de grande valia que as famílias e as escolas buscassem incluir noções básicas de finanças e planejamento financeiro na formação das crianças. Essa atitude contribuiria para que esses jovens chegassem à fase adulta tendo clareza de que no capitalismo “não existe almoço grátis”, como afirmou Friedman, e que todas as suas despesas precisam ser pagas com suas próprias receitas.

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