quarta-feira, 20 de julho de 2011

Números & factos do debate sobre o default americano

Até 2 de agosto, os mercados financeiros vão estar de olho no debate sobre o teto de endividamento do governo federal norte-americano. Saiba o que está em jogo.

Jorge Nascimento Rodrigues (http://www.expresso.pt/)


Teto esgotado a 16 de Maio: 14,2 biliões de dólares

Data de 2 de Agosto: O secretário do Tesouro americano, Timothy Geitner, declarou que nessa terça-feira da primeira semana de agosto se esgota a sua capacidade de engenharia financeira.

Pagamentos federais em agosto: 306,7 mil milhões de dólares

Rendimento a arrecadar em agosto pelo governo federal: 172,4 mil milhões

"Buraco" das contas federais em agosto a financiar: 134,3 mil milhões

Dívida americana a refinanciar em agosto: 500 mil milhões [Segundo declarações do secretário do Tesouro no programa televisivo "Face the Nation" (em 10 de julho)]

Dívida que rola na primeira semana de agosto: 87 mil milhões

Juros da dívida a pagar em 15 de agosto: 29 mil milhões

Percentagem dos pagamentos a "cortar" se o teto não for aumentado: 44%

Valor do "corte": 1,5 biliões (10% do PIB)

Cheques da segurança social entre 3 e 31 de agosto: 49,2 mil milhões

Cheques do fundo de desemprego entre 3 e 31 de agosto: 12,8 mil milhões

Assistência médica entre 3 e 31 de agosto: 50 mil milhões (Medicare e Medicaid)

Pagamentos a fornecedores da área da defesa: 31,7 mil milhões

Pagamentos a militares no ativo e a veteranos: 5,8 mil milhões

Pagamento de vencimentos de funcionários federais: 14,2 mil milhões

Número de vezes que o teto de endividamento já foi subido: 91 vezes, desde 1940, segundo The Economist. O teto é ajustado pelo Congresso americano desde 1917.

Proposta "Cut, Cap & Balance" (Republicana) aprovada: Fixar em 18% do PIB o teto de despesa federal. A proposta foi aprovada dia 19 de julho na Câmara de Representantes por maioria de 234 (republicanos) contra 190 (democratas), mas será chumbada no Senado (de maioria democrática).

Estrutura atual da despesa federal (estimativa 2011): Total da despesa: 25,32% do PIB [Principais rubricas - Defesa: 6,4%; Saúde: 5,85%; Pensões: 5,26%; Segurança social: 3,29%; Juros: 2%]

Recurso presidencial: Vetar a decisão do Congresso. O veto presidencial só pode ser anulado por uma maioria de 2/3 no Congresso. O Presidente pode aumentar, unilateralmente, o teto em 2,5 biliões até 2012.

Evolução nas negociações ("um passo muito significativo"): O Presidente Obama endossou dia 19 de julho a proposta do designado grupo dos seis (também conhecida como proposta Conrad, do nome do senador democrata Ken Conrad), de senadores republicanos e democratas, para um plano de corte de 3,6 a 3,7 biliões de dólares na despesa ao longo de uma década combinado com um aumento de impostos e com a autorização do aumento do teto de endividamento em 2011. Um montante de 500 mil milhões será para cortar de imediato. Aponta um objectivo de reduzir a dívida pública do nível atual, superior a 100% do PIB, para 70% do PIB em 2021.

Contagem decrescente para o potencial default: O Business Insider, na sua página sobre Política, tem um contador até ao dia limite de 2 de agosto.

Indicadores das contas públicas (estimativa 2011): Défice federal em % do PIB: 10,91%; Dívida Pública (bruta): 102,63% do PIB

Notação de risco da dívida americana: Triplo A (sem risco de default) segundo Moody's, Standard & Poor's e Ficth; AA+ segundo a Egan-Jones (desde esta semana); AA segundo a Dagong (chinesa).

Títulos do Tesouro na mão de estrangeiros (maio 2011): 4,5 biliões de dólares. Principais detentores: China: 26%; Japão: 20%; Reino Unido: 8%; 8 países da União Europeia: 6%; Brasil: 5%

Eleições presidenciais: 2012

Fontes: The Week, The Economist, Face the Nation, Treasury.gov, usgovernmentspending.com

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